Teletransporte quântico: o que é e como funciona?

Em Tecnologias inovadoras por André M. Coelho

As tecnologias de teletransporte são comuns na ficção científica. Seriados, filmes, e livros tratam do tema das mais variadas formas, indo de filmes de terror até filmes de comédia. Porém, poucos são os títulos que tratam do teletransporte quântico, algo que inclusive já está sendo realizado no mundo real. Vamos conhecer os conceitos e tecnologias envolvidos com o teletransporte quântico.

Teletransporte é possível? Entendendo o teletransporte quântico

Para entender teletransporte quântico, primeiro você precisa entender o conceito de informação quântica. No mundo quântico, o estado exato de um átomo ou de um fóton pode ser considerado um tipo de informação. Assim, você pode pensar em um organismo não como uma entidade inteira, mas sim como a agregação de diferentes bits quânticos, ou qubits.

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O teletransporte quântico é essencialmente a transmissão de qubits entre dois locais diferentes. Os físicos que discutem o teletransporte quântico não o fazem a serviço de eventualmente teleportar objetos físicos, mas como uma maneira de se comunicar, enviando qubits de um lugar para outro sem ter que anexar informações a uma partícula física.

Entenda o teletransporte quântico

O teletransporte quântico é uma maneira de transportar informações de um ponto a outro sem envolver o uso de partículas físicas para o transporte. (Foto: Grendz.com)

Teletransporte quântico: como funciona?

Então, como seria o teletransporte quântico? Ele está preso ao emaranhamento, a noção de que duas partículas no espaço tempo estão realmente conectadas e o movimento ou comportamento de um afetará o movimento ou o comportamento do outro, mesmo que não estejam próximas uma da outra. Sem entrar nas complicações da física quântica, pensa-se que o emaranhamento quântico poderia levar ao estabelecimento de algum tipo de canal quântico, que permitiria que um qubit fosse movido através do tempo e do espaço, mas não através de um espaço observável.

Os estados quânticos de átomos individuais já tem sido teleportados em experimentos reais. Em 2004, usando fibra óptica, uma pesquisa realizou com êxito o teletransporte quântico em 600 metros. Uma experiência mais recente de 2015 teletransportou partículas quânticas em múltiplos graus de liberdade. É incorreto dizer que um átomo próprio foi teleportado, mas seu qubit, ou seja, as informações codificadas no estado eletrônico do átomo, foi movida através de longas distâncias.

Então, quando falamos sobre teleportação quântica como uma maneira de teleportar objetos reais, estamos fazendo isso com algumas liberdades. Devemos pensar na teleportação quântica como uma maneira de realmente se movimentar instantaneamente em grandes distâncias, e sendo a informação uma camada constituinte que ajuda a criar espaço e tempo, você realmente está transportando algo, só que simplesmente não é o objeto que você pode reconhecer de forma tangível.

Teletransporte na Física

A informação pode ser capaz de escapar de um buraco negro. Com o teletransporte quântico, o que se move não é a matéria física, mas uma camada dela, a camada mais básica, de fato. O que muitas obras e cientistas discutem quando propõem o teletransporte quântico como um possível modo de transporte não é realmente o teletransporte que vemos na ficção científica. No entanto, nós já conseguimos realizar teletransporte quântico em ambientes de laboratório e poderíamos um dia ser capaz de aproveitá-lo como uma forma real de comunicação, presumivelmente após o advento da computação quântica. Ainda assim, vai levar algum tempo para ser possível esse tipo de comunicação. É esperar e ver como as tecnologias vão se desenvolver nos próximos anos, usando essas ferramentas.

Você conhecia esses conceitos de teletransporte quântico? Ficou alguma dúvida sobre como ele acontece?

Sobre o autor

Autor André M. Coelho

Engenheiro eletricista, André sempre foi interessado em novas tecnologias. Na primeira década dos anos 2000, atuou como consultor tecnológico em empresas, ajudando as empresas a escolherem as melhores tecnologias para suas necessidades. Desde então, continuou estudando o assunto e hoje compartilha o que aprendeu e continua aprendendo através do site Tecnologia É.

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